domingo, 29 de março de 2015

Honda Fit EXL 2015 - Impressões

Amigos,

Conforme prometido na última postagem, onde fizemos um comparativo de mercado na faixa de preço do recém remodelado monovolume da Honda (LEIA AQUI), o Blog GOSTAR DE CARROS avaliou o novo Honda Fit 2015 em nossa seção IMPRESSÕES.

VERSÕES, EQUIPAMENTOS E PREÇOS

Todos os preços citados são os de tabela, referentes à março de 2015, incluindo frete para o Rio de Janeiro, excluindo pintura metálica ou perolizada.

Todas as versões do Fit contam com o propulsor Honda 1.5 litros SOHC i-VETEC, em alumínio, com comando de válvulas variável e sistema Flex One, que dispensa o tanquinho de gasolina para auxiliar partidas a frio. O motor rende 115cv a 6.000rpm e tem torque máximo de 15,3kgf.m a 4.800rpm.

Sistema Flex One abandonou tanquinho de partida a frio - Foto do Autor
O Honda Fit parte de R$ 49.900,00 na versão DX com câmbio manual e conta com ar condicionado, direção assistida, vidros e travas elétricas e só. Claro, ABS e air bag duplo são obrigatórios. Existe a opção de câmbio CVT, que acrescenta R$ 4.600,00 ao valor inicial.

Por R$ 54.200,00, a versão LX com câmbio manual "empata" com a DX CVT e acrescenta aos equipamentos: rodas de liga leve, retrovisores elétricos, sistema de som com bluetooth, alarme, iluminação central da cabine e do porta malas (sim, a versão DX só conta com uma pequena iluminação entre os para sóis) e o aclamado sistema de bancos rebatíveis. Reparem que a versão mais simples não conta com a conveniência dos bancos rebatíveis em várias posições, uma das marcas registradas do Fit desde sua primeira geração. A versão LX também tem a opção do câmbio CVT, acrescendo os mesmos R$ 4.600,00.

Contando apenas com a opção de câmbio CVT, a versão EX custa R$ 63.900,00 e oferece, além dos itens da LX, rodas de liga leve idênticas as da versão EXL, grade frontal black piano, chave canivete, sistema de som com visor LCD de 5 polegadas e câmera de ré.

Grade black piano + faróis de neblina: versões EX e EXL - Foto do Autor
Também oferecida apenas com câmbio CVT, a versão EXL custa R$ 67.400,00 e acrescenta aos equipamentos da versão EX, para brisa degradê, repetidores de pisca nos retrovisores, computador de bordo, piloto automático, bancos e volante revestidos em couro e air bags laterais.

Rodas com acabamento polido: também das versões EX e EXL - Foto do Autor
Considerando preços e equipamentos oferecidos, as versões LX e EXL são as que apresentam o melhor custo-benefício, sendo a DX espartana demais e a EX muito próxima em preço, mas não em equipamentos importantes, da EXL. A diferença de R$ 3.500,00 tende a ser facilmente diluída num financiamento.

Resumindo:

DX manual R$ 49.900,00
DX CVT R$ 54.500,00
LX manual R$ 54.200,00
LX CVT R$ 58.800,00
EX CVT R$ 63.900,00
EXL CVT R$ 67.400,00

EXTERIOR

Como já citado na postagem anterior, o Fit é uma minivan que, a cada geração, se disfarça melhor de hatchback, ficando cada vez mais esportivo. Assim, atrai cada vez mais compradores de hatchs, compactos ou médios seduzidos pela excelente fama do pós venda da Honda.

De cima é mais fácil perceber o DNA de monovolume, disfarçado pelo desenho esportivo - Foto do Autor
A atual geração deixa de lado definitivamente as formas arredondadas e amigáveis e apresenta uma carroceria com vincos agressivos. Talvez uma tentativa de se livrar da aparência de carro da mamãe. 

O desenho é bastante feliz, com exceção da traseira, que exagera no tamanho das falsas saídas de ar nas extremidades do para choque, dando um ar de tunning caseiro. O detalhe, somado ao para choque curto demais fazem da traseira o pior ângulo do novo Fit. Uma pena, pois o conjunto ótico é bastante atraente.

Para choque não o protege de pequenas batidas, reparem um pequeno amassado embaixo da placa - Foto do Autor
A única diferença das versões mais simples para a topo de linha são os repetidores de seta nos retrovisores. As versões EX e EXL compartilham rodas de liga leve, faróis de neblina e acabamento black piano na grade frontal.

INTERIOR

O interior da versão EXL remete a carros de categoria superior. A forração em couro nos bancos, volante e painéis das portas aparentam excelente qualidade. O ar condicionado, que não é automático e conta com os arcaicos botões giratórios contrasta com o console central black piano e somado a ausência de trocas sequenciais (como as 7 posições virtuais do câmbio CVT do irmão City), de uma central multimídia e de um simples marcador de temperatura externa são ausências sentidas.

Interior de carro de categoria superior...
...contrastando com os comandos do ar condicionado - Fotos do Autor
O espaço continua sendo a principal atração do Fit. Seu banco traseiro carrega três adultos com total conforto, todos com cintos de três pontos retráteis e apoios de cabeça. O pé direito alto permitiria ter como passageiro alguém usando uma cartola.

Espaço de sobra para 5 passageiros - Foto do Autor
A modularidade dos bancos é um show a parte e permite ao dono do Fit carregar vasos de planta, pranchas de surf e até fazer sua própria mudança.

IMPRESSÕES

Confesso que sentei ao volante do Fit com certo preconceito. Lembro que não gostei quando experimentei um 2004, da primeira geração, com câmbio CVT. Fiquei com a impressão de que o giro subia mais que o ganho de velocidade, sensação parecida com a de pilotar uma dessas scooters sem marcha, ou uma mobilete para os maiores de 30 anos.

Tenho que admitir que o câmbio CVT evolui muito. O carrinho ganha velocidade com galhardia e a sensação de câmbio patinando praticamente desapareceu. Pé embaixo, ladeira acima e o CVT se comporta quase como o câmbio automático convencional. Eu disse quase.

Câmbio CVT com funções  sport (que mantêm o giro mais alto) e low ("marcha reduzida" para freio motor) - Foto do Autor
Aqui fazem falta as tais posições virtuais que a Honda oferece no City, com trocas por meio de aletas no volante. Porém, acredito que 99% dos proprietários se darão por satisfeitos, pois o câmbio é eficiente e perfeitamente compatível com a proposta do carro. Ninguém compra um Fit pensando em esportividade, certo? Embora seu novo desenho remeta um pouco a isso.

Acelerações e retomadas são boas, até surpreendentes para a proposta do carro, o que leva a crer que seu comportamento será bom, mesmo carregado

A posição de dirigir é muito boa, na metade da "altura" entre um sedan e um SUV. A coluna de direção é regulável em altura e profundidade e o banco também conta com regulagem de altura. Impossível não encontrar a posição ideal, mesmo para motoristas das mais diversas estaturas. Não encontrei pontos cegos que incomodassem no trânsito urbano e a câmera de ré é muito eficiente, com três modos de visualização.

Excelente ergonomia. Detalhe do porta copos que aproveita as saídas do ar condicionado - Foto do Autor
CUSTO BENEFÍCIO

Os modelos, "na medida" do novo Honda Fit, na minha opinião, são os LX com ou sem câmbio CVT ou o topo de linha EXL. Como adiantei no início da postagem, as versões DX e EX acabam não valendo muito a pena, seja pela falta de equipamentos básicos para a categoria, seja pela proximidade de preço com a versão topo de linha. Só os air bags laterais já compensam os R$ 3.500,00 que separam a versão EX da EXL.

A compra do Honda Fit frente a outras opções de mesma faixa de preço, conforme já esmiuçado na postagem anterior, vai depender muito mais do perfil do cliente do que da qualidade do monovolume nipônico, pois fora a ausência de um ou outro equipamento, é um excelente carro em qualquer das versões e, num mar de falta de respeito ao consumidor, o sobrenome Honda ainda é sinônimo de tranquilidade para seus proprietários.

Um grande abraço e até a próxima,

Bruno Hoelz




domingo, 22 de fevereiro de 2015

Honda Fit EXL 2015: vale a pena quando comparado aos seus concorrentes?

Amigos,

O Blog GOSTAR DE CARROS teve a oportunidade de avaliar mais um carro em nossa seção IMPRESSÕES. Desta vez, um Honda Fit EXL 2015. Agradecimentos especiais à proprietária Olívia, que cedeu seu carro assim que chegou da Concessionária.

Tinindo de novo e já testado para a próxima postagem - Foto do Autor
O que mais escuto a respeito do novo Fit é que é um carro caro pelo que oferece, principalmente na versão topo de linha. Resolvi compará-lo com outros carros da mesma faixa de preço e ver se realmente há opções melhores. De nada adianta falar que o Fit custa 10 mil dólares no exterior, pois ninguém vai ao Japão buscar um.

Assim, este comparativo de preços surgiu naturalmente e acabou ficando longo. Decidi tratá-lo como uma postagem própria. Na semana que vem, falaremos sobre as impressões do carro.

Todos os preços citados são os de tabela, referentes à fevereiro de 2015, incluindo frete para o Rio de Janeiro, excluindo pintura metálica ou perolizada.

O preço de tabela da versão EXL é R$ 67.400,00. Dentro da própria linha Honda daria para comprar um City EX (a R$ 66.700,00) ou mesmo se aproximar de um Civic LXS manual (a R$ 70.900,00). Mas daí eu pergunto: sedans não são concorrentes do Fit, certo?

O Fit, na verdade, é uma minivan disfarçada de hatchback, cujo desenho fica mais esportivo a cada geração. Se em 2004 seu desenho remetia a uma vovó indo buscar os netos na natação, hoje ele pode até disputar compradores de compactos premium ou mesmo de hatchs médios, que precisem (ou não) de espaço.

O que podemos comprar com R$ 67.400,00, além de um Fit EXL? Vejamos o que as "grandes marcas" oferecem, pensando nos hatchs médios ou pequenos e monovolumes.

Na maioria das vezes um hatch médio comparado a uma minivan terá comportamento dinâmico e prazer ao dirigir superiores e o futuro comprador deve colocar isso na balança. meu conselho: faça sempre um test drive.

Na linha VW, com o Golf começando em R$ 70.000,00 e a antiquada geração antiga do Polo dando seus últimos suspiros, temos o Fox Highline 1.6, com todos os opcionais a inacreditáveis R$ 66.700,00. Se precisar de mais espaço e quiser uma Spacefox, pagará mais caro ainda.
VW Fox 2015 - google imagens
Na linha GM, o Cruze Sport6 é uma boa opção de hatch médio. Com câmbio manual, seu preço de tabela é de R$ 68.360,00, mas pode ser facilmente encontrado por preços menores, pois deve mudar em breve. Mesmo na versão LT é tão bem equipado quando o Fit, inclusive com central multimídia (sem GPS como no Fit) e air bags laterais. Aqui, a vantagem do Honda vai ser em relação ao câmbio e ao fato de ser um monovolume: O Cruze, ao contrário do Fit, não se transforma em furgão de entregas na hora da sua mudança.
 
GM Cruze Sport6 - google imagens
Alguns leitores vão se lembrar que uma Spin LTZ, a versão topo de linha, custa R$ 63.340,00 e é uma minivan. Sinceramente não acho a Spin concorrente do Fit. Com seu desenho insosso, mesmo um comprador racional ficaria com o confiável Fit, a não ser que precise, de fato, dos seus 7 lugares.

Na linha Fiat encontraremos outro hatch médio, o Bravo, por R$ 67.990,00 na versão Sporting 1.8, bem equipada, embora não ofereça air bags laterais e central multimídia de série, itens presentes no Fit. Mais uma vez a vantagem do Honda se dará no espaço de minivan e no câmbio. O Bravo oferece um câmbio automatizado como opcional a R$ 3.300,00, mas seus trancos e soluços o tornam bastante inferior ao moderníssimo CVT do Fit.
 
Fiat Bravo, já modelo 2016 - google imagens
Não vamos considerar o Dobló como concorrente do Fit, assim como não consideramos o Spin.

Na linha Ford o jogo se repete. O laureado Ford Focus, também um hatch médio de entrada, é o concorrente natural do Fit. Por R$ 67.900,00 vem bem equipado, porém com câmbio manual e, assim, como o Bravo, sem air bags laterais ou central multimídia. É, na minha opinião, o melhor hatch médio do Brasil em comportamento dinâmico e prazer ao dirigir e o único capaz de balançar de verdade o coração de um candidato ao Fit. Aqui, mais uma vez o câmbio e o espaço vão decidir o jogo.
Ford Focus - google imagens
Um dos motivos para comprar um Fit é o seu sobrenome. A Honda é sinônimo de robustez, baixa manutenção e bom pós venda no Brasil. Pensando assim, outras opções na mesma faixa de preço perderão o sentido.

Os ótimos carros do trio francês - Renault, Peugeot e Citroen - sofrem com um pós venda sofrível, alto custo de manutenção e grande desvalorização. Porém, podem ser considerados como opção de compra, pois tem preços bastante competitivos.
Citroen Aircross 1.6 Tendance automático: versão intermediária, automática, com excelente nível de equipamentos e visual "minivan aventureira descolada" por R$ 63.290,00 - google imagens
 Os não tão ótimos carros da dupla coreana - Kia e Hyundai - também sofrem com um pós venda sofrível, embora apresentem desvalorização semelhante ao dos modelos nacionais.

O caríssimo Hyundai I30, um  hatch médio razoável com um péssimo pós venda, a R$ 78.000,00,  o que faz o VW Fox completo parecer razoável e o Honda Fit um negócio da China! - google imagens
O Honda Fit é caro? Não na minha opinião. O "desempate" com bons carros vai se dar em critérios de utilização pelo futuro comprador e o monovolume japonês se torna imbatível em sua categoria, a de monovolume. Ao deixar seu visual careta das gerações anteriores para trás, ganhou novos compradores sem perder os antigos.

Se o amigo leitor achou cara a versão topo de linha, considere o interessante custo benefício da versão LX, por R$ 54.200,00 (ou R$ 58.400, com câmbio CVT), cujos concorrentes em preço serão compactos bem mais simples. Particularmente as versões DX (muito espartana, não tem sequer retrovisores elétricos) e a versão EX (muito próxima do valor da EXL) não valem muito a pena.

Claro, alguns leitores vão reclamar da perda de equipamentos em relação a geração anterior, mas isso será assunto para a próxima postagem.

Um forte abraço e até a próxima,

Bruno Hoelz

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Ford Ecosport XL 1.6 2005 e Ford Ranger XLT 3.0 diesel 2012: quando trabalho vira diversão!

Amigos,

Em 2012 realizei o sonho de me mudar para o interior do Estado. Na verdade nasci e fui criado no interior, mas os estudos e o trabalho me fizeram passar mais de uma década na dita cidade maravilhosa.

Chegando na serra fluminense, assumi a administração de uma unidade do órgão público onde trabalho. Em sua "frota", a dupla da Ford que dá título a postagem.

Estávamos sem motorista e, desrespeitando a hierarquia natural da repartição, assumi eu mesmo a manutenção da frota. O Ecosport jazia empoeirado no estacionamento, com o motor de arranque avariado. A Ranger apresentava constantes quedas de energia da bateria e marcava somente 5 mil quilômetros no hodômetro, cheiro de carro novo!

O Ford Ecosport XL 1.6 2005

Com película escurecida nos vidros dentro do limite legal, para dar exemplo - Foto do Autor
Nunca fui fã do "jipinho" da Ford e sempre o coloquei entre aspas. Meu sogro teve dois e eu mesmo tive um, obrigado de certa forma (contei a história AQUI). O carro é lento (pelo menos na versão 1.6), instável e, sem a tração 4x4, ruim no off road como qualquer outro carro de passeio. Porém, como carro de frota, o Ecosport me conquistou.

Compacto por fora, é a escolha natural para cumprir tarefas no dia a dia de trânsito. Com o banco traseiro rebatido, vira um furgão e consegue transportar qualquer carga a salvo das intempéries, coisa que a Ranger não faz. Mesmo sem conveniências de carro de luxo, possui direção hidráulica e ar condicionado, suficientes para trabalhar confortavelmente.

Nunca havia visto um modelo XL, sem o trio elétrico, o bagageiro no teto e até sem a terceira luz de freio dos XLS e XLT da época. Também me chamou atenção as rodas de aço pretas com calotas, incomuns mesmo na versão XLS, cujas rodas eram prata fosco, sem calotas. Geralmente a administração pública compra veículos com apenas "ar e direção" para serviços.

Carro de frota? Vidros manual! - Foto do Autor
Sua posição de dirigir é mais alta que a maioria dos outros carros e me faz entender por que tanta gente migrou para os suves. Embora essa posição canse em viagens longas, ela é perfeita para tarefas rápidas. Os únicos inconvenientes ficam por conta do estepe na traseira, que rouba espaço valioso na hora de estacionar e da tampa traseira que abre para o lado, exigindo espaço extra atrás na hora da carga e descarga.

Quando o encontrei, tive de enviá-lo de reboque à oficina. Uma pequena revisão em seu motor de arranque e ele voltou a funcionar perfeitamente. Efetuei toda a manutenção preventiva preconizada no manual do proprietário para os seus 40 mil quilômetros da época e ainda conferi pneus (aparentemente tinham sido trocados a poucos quilômetros), suspensão e freios. O jipinho, agora já sem as aspas, agradeceu funcionando perfeitamente bem até agora, dois anos depois.

Hoje, me orgulho de cuidar de um veículo do governo com mais de 10 anos de uso que se encontra em perfeito estado de conservação, quando vemos aos montes vários carros "chapa branca" com um terço do tempo caindo aos pedaços.

Um bem público é de todos e merece todo o carinho - Foto do Autor

A FORD RANGER XLT 3.0 diesel 2012

Temos sempre um 4x4 em cada unidade do interior. No nosso caso, uma Ford Ranger XLT cabine dupla, motor diesel 3.0 litros eletrônico, com engate elétrico da tração e da caixa de transferência reduzida através de um botão no painel.

O último facelift da geração antiga, com os cromados da versão XLT - Foto do Autor
Aqui uma explicação. Embora a administração pública sempre  especifique modelos básicos em suas licitações, muitas vezes os fabricantes não tem o modelo simples para entrega no prazo do contrato. Na maioria das vezes, é mais barato entregar o modelo mais luxuoso do que pagar a multa pelo atraso na entrega. Assim, levamos uma XLT.

Recebi a picape com a advertência de que a bateria arriava em poucos dias. Assim, tomei duas providências. Fiz a primeira revisão em concessionária para manter a garantia e poder cobrar o reparo do sistema elétrico e coloquei o utilitário para rodar. Por conta de suas grandes dimensões, a picape era preterida em relação ao Ecosport nas saídas diárias. Porém, mesmo com o rodízio imposto, a bateria continuava falhando.

Foram quatro (!) visitas a concessionária, em que duas baterias foram trocadas em garantia e nada de resolver o problema. Desisti da rede autorizada Ford e levei a picape na oficina credenciada para prestar manutenção em nossos carros. Em 20 minutos um eletricista descobriu um chicote elétrico com fuga de corrente. O reparo custou R$ 40,00...

Hoje, assim como o Ecosport, goza de plena saúde e trabalha duro, inclusive em incursões fora de estrada, onde acompanha com valentia outros 4x4 em ritmo de trabalho. Como ainda estamos sem motorista, se tornou minha fiel companheira em viagens à capital e quase sempre volta carregada de material de escritório, subindo a serra com bastante vigor para seu peso, ajudada, é claro, pelo turbocompressor que entra em ação pouco antes dos 2.500 RPM.

Pouco espaço interno para seu porte, mas mesmo assim confortável nos bancos da frente - Foto do Autor
Nas noites chuvosas, quando a serra fica escorregadia e a visibilidade se resume a alguns metros à frente por conta dos constantes nevoeiros, é bom contar com a tração 4x4, que funciona bem até os 80 Km/h em pisos de pouca aderência e com seus excelentes faróis de neblina, que me guiam de volta para casa, quase sempre em companhia dos Rolling Stones, pois a versão XLT ainda conta com CD/MP3 player de série.

Não deixem de mandar suas dúvidas e sugestões de postagens aqui nos comentários ou para gostardecarros@gmail.com.
Um forte abraço e até a próxima postagem!
Bruno Hoelz

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Como comprar um Honda "new" Civic da 8ª geração (de 2006 a 2011)

Amigos,

Contei na postagem anterior (leia AQUI) sobre minha "aventura" para comprar um Honda Civic da 8ª geração, que ficou conhecida como new Civic. Foi mais de um ano procurando um bom Civic, o que me fez aprender muito sobre o carro.

Decidi compartilhar tudo o que aprendi sobre o modelo com vocês leitores e, quem sabe, ajudar um futuro candidato ao modelo que, na minha opinião, é um dos melhores carros entusiastas que se pode comprar pelo preço de um popular completo zero quilômetro.

Por que "entusiasta"? Vejam: é um sedan médio com porta malas pequeno, suspensão dura e direção mais pesada e direta que seus concorrentes, mas é magnificamente bom de dirigir. Gosta de dirigir? Compre um sem medo! Quer apenas um meio de transporte eficiente e não liga muito para carros? Compre um Corolla!

Acelerador pivotando no assoalho: um carro para entusiastas - Foto do Autor
Todos os new Civic contam com a motorização 1.8 16v de 140 cavalos, conjugada a um câmbio manual ou automático epicíclico, ambos com 5 marchas à frente. O automático parece ler pensamentos e faz trocas bem rápidas. O excelente motor, com bloco e cabeçote em alumínio e comando de válvulas variável, era a melhor tecnologia que se poderia encontrar em um sedan médio nos anos 2000.

MODELOS de 2006 a 2008
No ano modelo 2006 os Civic eram apenas à gasolina. A partir de 2007 passaram a ser flex. Até 2009 existiram duas cores muito bonitas: verde e azul, ambas escuras e metálicas. A partir de 2010 a Honda se rendeu ao nosso mercado de cores sem graça. Ainda em 2009, ganhou mais alguns equipamentos de série e um facelift modificou para choque e grade dianteira.

Honda Civic EXS 2006 a 2008: faróis de neblina mais ao centro...

... enquanto nos EXS 2009 a 2011 estão nas extremidades - Fotos Best Cars Web Site
VERSÕES

LXS (manual ou automático): Com ar condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, rodas de liga leve e CD/MP3 player. Seu único opcional era a forração em couro. Para saber se o couro veio de fábrica, basta ver a etiqueta na coluna da porta do motorista, que deverá vir com a inscrição TYPE B GRAY. Muitos donos instalaram couro depois, geralmente com o logotipo Honda no encosto, que não existe no couro de fábrica.

Honda Civic LXS 2006 a 2008: rodas com pintura fosca - Foto: quatrorodas.abril.com.br
EXS (somente automático): Trazia como itens de série computador de bordo, a forração em couro, o piloto automático, o CD/MP3 player com disqueteira para 6 discos com comandos no volante e entrada USB, a abertura elétrica do porta malas (nesta versão, com tampa forrada) na chave, luzes de cortesia extras, repetidores do pisca nos retrovisores, rodas de liga leve diamantadas com desenho diferenciado, maçanetas e ponteira do escapamento cromadas e o equipamento mais interessante: seu câmbio automático permitia trocas manuais em borboletas no volante.

Até 2008, somente a versão EXS tinha tampa do porta malas forrada - Foto do Autor
 MODELOS DE 2009 A 2011
Em 2009 todas as versões ganharam direção elétrica, piloto automático e entrada USB no som, além de um facelift que mudou para choque e grade dianteira. A versão EXS ganhou controle de estabilidade assistida e surgiram as versões LXL e LXL SE.

VERSÕES

LXS (manual ou automático): ganhou nova frente, piloto automático e som com entrada USB de série em relação aos modelos 2006 a 2008.

LXL (manual ou automático): além dos itens da versão LXS, contava com novas rodas de liga leve, comandos de som no volante, abertura elétrica do porta malas (nesta versão, também com tampa forrada) na chave, repetidores do pisca nos retrovisores e quando equipado, seu câmbio automático também permitia trocas manuais em borboletas no volante. Como opcional, forração em couro.

LXL SE (manual ou automático): versão vendida apenas no ano modelo 2011, somava ao LXL ar digital e faróis de neblina, espécie de "versão de despedida" da 8ª geração do Civic. Como opcional, forração em couro.


Rodas da versão LXL + faróis de neblina de série...

...ou ar condicionado digital + câmbio manual? Só pode ser um LXL SE - Fotos: anúncio bomnegocio.com


EXS (somente automático): ganhou nova frente e controle de estabilidade assistida em relação aos modelos 2006 a 2008.

Painel de um EXS 2010 com luz indicadora do farol de neblina original (acima à esquerda), computador de bordo indicando temperatura externa Junto ao hodômetro e câmbio na posição manual em segunda marcha (embaixo à direita - Foto do Autor
CIVIC SI: não, não me esqueci do malvado Civic Si. A versão ganhará postagem à parte!

PRINCIPAIS DETALHES A SEREM VERIFICADOS
Todo modelo de carro tem suas particularidades e seus pontos fracos. Conhecendo-os, a compra de um modelo usado se torna mais segura e racional. Para todos os casos, comprovantes de manutenção preventiva em dia praticamente garantem a não ocorrência dos problemas. No caso dos Honda, é interessante procurar um modelo com as revisões carimbadas pela rede autorizada, pois ao contrário de algumas outras marcas nacionais, a Honda tem excelentes oficinas em suas concessionárias, a preços justos, o que estimulou muitos donos a cuidarem da manutenção na rede autorizada mesmo fora do período de garantia.

Assim, nesta postagem, vou me dedicar apenas a falar das particularidades do modelo, recomendando atenção aos itens comuns à compra de qualquer carro usado: documentação, funcionamento do motor e do câmbio, suavidade ao rodar, freios, pintura, entre outros. Lembre-se: o test drive é fundamental e, sempre que houver possibilidade, leve o candidato a sua garagem ao seu mecânico de confiança.

COXIM DE SUPORTE DO MOTOR: é um dos (poucos) pontos fracos do modelo. Geralmente tem problemas em carros mais rodados, acima dos 100 mil quilômetros. Trata-se de um suporte que sustenta o lado esquerdo do conjunto motor/câmbio e conta com uma bucha de borracha com interior em gel. É fácil visualizar a peça e eventuais rachaduras na bucha, que causam VIBRAÇÃO EXCESSIVA. Sua substituição costuma ser onerosa.

Vista superior do coxim, ao lado do reservatório do lavador do para brisa - Foto do Autor
Outras causas para o sintoma VIBRAÇÃO EXCESSIVA podem ser o corpo de borboleta sujo, problema comum no modelo e proveniente dos vapores do óleo que são direcionados para a peça, detalhe comum á maioria dos carros modernos, porém mais sensível nos Civic. Aqui, a correta manutenção preventiva evitará o incômodo.

REGULAGEM DE VÁLVULAS: os motores dos Civic exigem a regulagem de válvulas de 40 em 40 mil quilômetros, por não contar com coxins hidráulicas. Serviço relativamente simples, muito semelhante ao feito nos motores VW boxer (de fuscas e cia). Válvulas desreguladas costumam ser a principal causa de CONSUMO ELEVADO no modelo. mais uma vez, com a manutenção preventiva em dia, será raro o problema se manifestar.

ALINHAMENTO TRASEIRO: existem alguns relatos na internet sobre PROBLEMAS DE ESTABILIDADE nos Civic. Também é notável com alguns Civic GASTAM PNEUS POR DENTRO OU POR FORA NO EIXO TRASEIRO. Na maioria dos casos, trata-se de ajustes na geometria da suspensão traseira. A conferência é necessária junto com o alinhamento dianteiro e oficinas especializadas conhecem bem o modelo.

RUÍDOS (GRILOS) NO PAINEL: o bonito painel dianteiro sofre, vítima de seu próprio tamanho, com o aparecimento de alguns grilos durante a rodagem em pisos irregulares. Aqui, uma dica: a colocação de blocos de espuma rígida em lugares estratégicos, geralmente atrás do porta luvas ou mesmo sob a tampa próxima a pequena janela lateral na frente da porta dianteira direita resolvem. Mesmo que o seu "candidato" tenha alguns grilos, geralmente o problema é de fácil solução.

ALINHAMENTO DOS PARA CHOQUES: os Civic tem seus para choques fixados ao monobloco por travas plásticas. Para choques desalinhados em relação à carroceria podem significar que o carro sofreu muitas "encostadas" ou mesmo batidas, que deformaram essas travas. Assim, para choque desalinhado com pintura brilhando pode significar lanternagem. Uma dica: os para choques são projetados para voltarem à forma original após pequenas deformações. Para repintá-los, é necessário usar uma massa especial que garante a integridade da tinta enquanto o plástico "trabalha". Como 99% das oficinas de lanternagem não usam a tal massa, é comum a tinta rachar, formando uma textura parecida uma teia de aranha, claro sinal de lanternagem mal feita.

Confira o perfeito alinhamento entre carroceria e para choque - Foto do Autor
ACESSÓRIOS MAL INSTALADOS: mesmo a versão EXS, topo de linha, fica devendo em equipamentos quando comparada aos concorrentes da época. Assim, muitos donos trataram de equipar seus Civic, muitas vezes com instalações mal feitas e produtos de qualidade inferior. os Civic da 8ª geração nunca tiveram MÓDULO DE SUBIDA DOS VIDROS NA CHAVE, por exemplo, sendo este o principal acessório a ser instalado. SENSORES DE ESTACIONAMENTO e FARÓIS DE NEBLINA (só os EXS e os LXL SE saíram com faróis de neblina de fábrica) formam o trio de acessórios mais encontrados nos Civic. Uma dica é evitar carros com esses acessórios que, se mal instalados, poderão dar muita dor de cabeça. Prefira um Civic "pelado" e instale você mesmo os acessórios que desejar. Existem no mercado produtos que mantém os chicotes e tomadas originais, evitando cortes e sangrias no sistema elétrico.

Evite também modelos com ENGATE PARA REBOQUE. O Civic não foi projetado para rebocar nada e, das duas uma: ou o engate para reboque de fato foi utilizado e comprometeu a durabilidade do monobloco, motor e câmbio, ou ficou como "enfeite" e, no mínimo, o assoalho do porta malas foi furado para sua instalação, abrindo caminho para oxidação.

Os Civic também nunca contaram com BLUETOOTH, sendo comum encontrá-los com KIT MULTIMÍDIA. Nesta caso, confira sempre a instalação, pois os kits multimídia dedicados ao modelo costumam ter tomadas originais, evitando o corte de chicotes e, inclusive, permitindo a utilização dos comando do volante.

Boa sorte na procura de seu novo carro!

Não deixem de mandar suas dúvidas e sugestões de postagens aqui nos comentários ou para gostardecarros@gmail.com.
Um forte abraço e até a próxima postagem!
Bruno Hoelz

sábado, 24 de janeiro de 2015

Honda Civic EXS 2010: Depois de dois anos de meio de decepções e alguma diversão, a máquina!

Amigos,

Após um período de ausência, o blog GOSTARDECARROS voltou! Compromissos profissionais me deixaram afastado do teclado. Agora, com a vida mais organizada em 2015, voltarei às postagens semanais.

O que mais me motivou a continuar foram as perguntas dos leitores, que nunca cessaram. Por comentários ou e-mails, o blog continuou ativo como um fórum.

A última postagem de 2014 contou a história da minha decepção com um um (new) Ford Fiesta 2014. Se você é um dos 17 leitores do blog, sabe que desde 2012 não me "acerto" com meus carros. Contei a história do Honda Civic 2012 AQUI, substituído pelo Fiesta 2014 cuja história contei AQUI.

Minha esposa, sabiamente, uma vez em que viajávamos no Fiesta me perguntou: "Por que diabos você não compra um carro de que realmente goste?" Argumentei que havia gostado muito do nosso antigo Civic 2007, mas que não encontrava um modelo da 8ª geração em bom estado de conservação. Então ela disparou: "Então procure até encontrar ou reforme um ora!"

Assim, voltei a esquadrinhar a internet em busca do meu objeto de desejo: Um Civic 2011 EXS ou pelo menos um LXL SE, na cor preta (como meu antigo 2007). Na maioria das vezes, os carros na cor e versão que eu queria ou eram absurdamente caros, ou muito feios, com reboques e kits multimídia chineses instalados, o que me desanimava bastante.

Numa tarde de sexta encontrei um EXS 2010, com 34 mil quilômetros rodados, numa concessionária Ford do Rio de Janeiro. No sábado pela manhã lá estava eu, entregando meu Fiesta - perdendo mais alguns milhares de reais - e recebendo em troca um Civic EXS 2010 preto, com uma lateral fosca por um serviço de lanternagem mal feito e com um polimento sofrível, chegando a ter a pintura "queimada" em alguns pontos.

O Civic, em sua primeira revisão, um dia após chegar em casa - Foto do Autor
Dirigi os pouco mais de 100 quilômetros até a serra na semana seguinte (como é burocrático comprar carro em concessionária...) feliz da vida, sem me importar com o interior de couro sujo ou com borrachas de porta rasgadas. o motor urrava saudável e os carimbos da concessionária atestavam que sua quilometragem era real. Seria questão de tempo deixá-lo do meu jeito.

No dia seguinte já estava retirando a película dos vidros, tarefa que repito a cada carro usado comprado, por causa dessa mania besta de se colocar esses "sacos de lixo pretos" nos vidros (já expliquei os meus porquês AQUI). Depois foi a vez de conferir suspensão freios, pneus, alinhamento e balanceamento, sempre minha segunda providência.

A obrigatória retirada da película - ou insulfilm - Foto do Autor
Hoje o carro já fez a revisão dos 40 mil quilômetros e até ganhou um acessório aftermarket, um módulo que transformou seu som original em bluetooth. Essas e outras histórias serão contadas nas próximas semanas, quando voltarei a "programação normal" do blog, que é dar dicas sobre carros, manutenção e acessórios.

Honda Civic com bluetooth original? Quase... - Foto do Autor
Além do Civic, falaremos sobre a compra e manutenção de um Fiat Uno Mille Way, também 2010, também comprado usado, bem como de outros carros cuja manutenção eu cuido, por prazer ou obrigação.

A "saga" da troca do Civic, que meu sogro arrebanhou em 2013, contada em parte AQUI também me rendeu experiências no mundo da compra e venda de carros usados, experiências essas que também pretendo compartilhar com vocês ao longo das postagens. Essa foi a "diversão" presente no título da postagem.

O Ford Ecosport, protagonista da postagem PAIXÃO A PRIMEIRA VOLTA acabou ficando com meu vizinho...

... que trocou comigo seu VW Gol mesmo depois de eu contar que o Ecosport sofrera a batida na traseira, me transformando em negociador de carros usados - Fotos do Autor
Não deixem de mandar suas dúvidas e sugestões de postagens aqui nos comentários ou para gostardecarros@gmail.com.

Um forte abraço e até a próxima postagem!

Bruno Hoelz

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Ford Fiesta Titanium Powershift: quando um passo para trás é um passo para trás mesmo!

Amigos,

Começo esta postagem me desculpando duplamente. Primeiro pela prolongada ausência, causada principalmente por compromissos profissionais, segundo por que blogueiros entusiastas por automóveis também se enganam... 

Na postagem de 23 de março de 2014 (CLIQUE AQUI PARA VÊ-LA) apregoei as vantagens de ter trocado um Honda Civic 2012 num Ford Fiesta 2014, planejando escrever sobre o pequeno Ford depois de alguns milhares de quilômetros, quando a convivência estivesse mais madura.

Mesmo assim teci algumas linhas elogiando o carrinho, que me despertou toda a expectativa de ser um carro para entusiastas.

Passada a lua de mel, a decepção foi semelhante a que tive com o Civic 2012. Laureado por jornalistas especializados, o pequeno Ford se mostrou mal fabricado, mal acabado e desconfortável.

Ok, justiça seja feita: o carrinho tem 130 cv, anda bem, retoma melhor ainda e seu câmbio automatizado de dupla embreagem funciona muito bem. Claro, se não fizesse um barulho semelhante a estar desmontando em pisos irregulares seria perfeito, culpa de não ser banhado a óleo, como nos VW Passat, por exemplo.

Logo no primeiro mês, voltei a concessionária com uma grande lista de reclamações para serem resolvidas: forro de teto, acabamento da coluna central e acabamento abaixo do porta luvas soltos; borrachas das portas traseiras rasgadas; vidro do motorista não subia completamente; barulho na suspensão dianteira e para barro dianteiro solto.

Acabamento da porta traseira (já reparado) "pegava" na coluna B antes da regulagem da porta - Foto: Autor
A concessionária até que resolveu tudo prontamente, embora os acabamentos de forro e coluna tenha ficado um tanto deformados, bem como as borracha guia do vidro da porta do motorista. O barulho da suspensão era, na verdade, a pastilha de freio solta. Quem pesquisa sobre o Fiesta sabe da frágil coluna de direção, a do meu carro havia sido trocada dias antes de sua aquisição.

Borracha guia acabou ficando deformada após vidro subir torto e forçá-la - Foto: Autor
 Passaram mais algumas semanas e a luz do air bag teimou em ficar acesa. Foram 4 dias para a concessionária descobrir a causa: falta de massa (aterramento) num chicote elétrico do painel. Falha na montagem do carrinho?

O pior foi quando, admirando o carro após uma limpeza, descobri o farol direito desalinhado e as borrachas das portas traseiras novamente rasgadas. Resolvi levar o pequeno Ford ao meu lanterneiro de confiança que me garantiu que o carro não foi batido, fora mal montado mesmo.

As peças da dianteira (faróis, para choques e capô) possuíam marcas de tentativas anteriores de alinhar uma coisa com a outra. As borrachas das portas traseiras rasgariam sempre, pois as portas estavam muito desreguladas, "raspando" na coluna B quanto abriam e fechavam.

Pena não ter feito fotos do serviço. Foi necessário retirar da carroceria as duas portas traseiras, para choque dianteiro e capô. Remontado, seu aspecto melhorou muito. Um terceiro par de borrachas foi instalado.

Mas, o pior mesmo, é comparar seu comportamento dinâmico com os Honda. Ele é até estável, mais do que um ou outro concorrente no segmento dos compactos, mas não tem comparação com meu antigo Civic 2007 ou mesmo com o decepcionante 2012. Seu rodar é duro, principalmente nessa versão com rodas 16 polegadas e pneus de perfil fino. Já deveria esperar isso, pois é, de fato, um carro de categoria inferior. Será que fui otimista demais?

Não sei se, a essa altura, é má vontade com o carrinho, mas toda vez que o dirijo tenho a sensação de que ele é leve, até frágil. O painel tem frestas mal acabadas e perdeu o revestimento emborrachado que existia dos Mexicanos (e que agora desconfio serem bem melhores...). 

Revestimento do painel duro e fácil de riscar - Foto: Autor
O motor vibra muito e tem funcionamento áspero, lembrando bastante o Peugeot 3008 que dirigi na Europa, (VEJA A POSTAGEM AQUI), lembrando que o 3008 era a diesel! A alavanca do câmbio é irritante, parece feita para alguém que nunca dirigiu um automático na vida. Não posso passar de D para N sem usar a trava, um pé no saco.

Dos equipamentos, não sentiria falta de quase nada (já que os Civic são bem menos equipados). Melhor seria se o carrinho tivesse cinto de três pontos e encosto de cabeça para o terceiro passageiro do (fino) banco traseiro, ao invés de comandos de voz e bluetooth para celular que, para mim, nunca serão mais importantes que um bom carro.

Desconfortável, o banco traseiro não tem apoio de cabeça ou cinto de três pontos para o terceiro passageiro - Foto: Autor
A solução? Perder mais alguns milhares de reais e começar, de novo, a procurar um Civic da 8ª geração (2006 a 2011). Quem mandou eu me desfazer do melhor companheiro de viagem que já tive?

Alguém se interessa em comprar um Ford Fiesta, já com os defeitos de fábrica corrigidos?

Um forte abraço e até a próxima postagem,

Bruno Hoelz

domingo, 23 de março de 2014

Ford new Fiesta Titanium Powershift: um passo para trás, dois passos para a frente?

Amigos,

O título da postagem de hoje é emprestado de uma frase que já escutei algumas vezes de familiares e amigos que justificavam uma opção, mais modesta, de automóvel para viabilizar alguma outra aquisição, geralmente de um imóvel.

Um passo para trás hoje, para dar dois passo amanhã. Na matemática da vida, um passo para a frente, pois é para a frente que se anda!

Meu caso não foi exatamente esse, mas achei que a máxima se aplicou bem à situação, uma vez que um pretenso "passo para trás", significou, na verdade, um passo para a frente (ou dois, para a conta fechar), em satisfação e prazer ao dirigir.


Trocar o Civic por um Fiesta foi um passo para trás com gostinho de passo para a frente - Foto: Autor

Como já contei nas postagens REVISÃO NA HONDA e PAIXÃO A PRIMEIRA VOLTA, comprei um Honda Civic LXS automático em junho de 2012 e o vendi em setembro de 2013. O que ainda não contei foi o quanto foi decepcionante minha experiência com esse carro.

Não que o Honda Civic 2012 seja um carro ruim, pelo contrário, é um excelente e confiável automóvel. Seu "defeito" é ser só isso, um carro sem alma... Me explico: fui proprietário de um Honda Civic 2007, um carro para entusiastas  sob vários aspectos, da suspensão dura até o painel que envolve o motorista como num cockpit. O melhor carro que eu já tive!

Porém, achei que chegara a hora de trocá-lo (hoje tenho sérias dúvidas sobre essa decisão) e lá fui eu comprar um Honda Civic novo. Ocorreu que cheguei à concessionária um ano atrasado. O melhor dos Civic havia encerrado sua produção em 2011, com uma interessantíssima versão LXL SE.

Tentei comprar um usado, modelo 2011, mas os carros que vi, caros e mal conservados, me empurraram para um 0Km que, noves fora, estava com ótima taxa de juros e na soma das parcelas sairia mais em conta que um usado.

Saí feliz com meu Honda 0Km, mas a alegria durou pouco. Logo percebi que não havia comprado um herdeiro do meu antigo Civic, por sua vez neto daqueles VTi que chegaram ao Brasil logo depois de aberta a importação de veículos nos anos 1990, mas sim um sedan médio tão sem graça como qualquer Toyota Corolla.

Só para deixar claro, o Toyota Corolla é um excelente carro, tanto que o recomendo para vários amigos que me consultam sobre suas próximas aquisições. Só que coração de entusiasta bate em outra frequência.

A cor prata piorou sensivelmente a impressão de não estar em um carro feito para entusiastas, juntamente com a ausência do pedal do acelerador pivotando no assoalho, da suspensão "durinha", do acabamento esmerado e do painel envolvente, substituído por outro, parecendo uma adaptação do primeiro para caber mais instrumentos. No entusiasmante Civic 2006/2011, o painel é perfeito para a proposta do carro, no modelo pós 2012 soa um tanto ridículo.

Enfim, a oportunidade de venda relatada na postagem PAIXÃO A PRIMEIRA VOLTA caiu como uma luva e fui à caça de um Civic "correto", já com um Ford Focus Ghia 2009 (já na família) como "plano B".

 Foram 6 meses esquadrinhando a internet atrás de anúncios de um Honda Civic do jeito que eu queria: preto, automático, pós 2009, EXS ou LXL SE. Fui conhecer pessoalmente pouco mais de uma dúzia, todos em condições não muito animadoras.

Ok, pensei, vamos ao plano B. O Focus Ghia 2009 foi comprado zero pelo meu pai no final de 2009 e está impecável. Meu pai já falara em trocá-lo pelo modelo mais novo algumas vezes e bastaria achar o novo carro na configuração que ele queria: sedan, modelo titanium e, para meu desespero (e dos vendedores da Ford) vermelho! Quem disse que existe sedan "de luxo" vermelho? Alguns vendedores diziam que achavam um ou outro no sul do país, sempre vendidos. Desconfio ser apenas lenda...

Restou criar um plano C. Comprar um zero quilômetro novamente, com bastante cuidado para não transformar dinheiro em frustração. Voltei a olhar um carrinho que já me chamava a atenção desde seu lançamento, ainda importado do México: o Ford (New) Fiesta.

Na época, não comprei por não haver a opção do câmbio automático e por não ter achado na cor que eu queria, azul. Também pesava aquele receio de "descer" de categoria e perder em segurança e comportamento dinâmico.

Sabendo que o modelo Brasileiro conta com a excelente caixa automatizada de dupla embreagem e que estava sendo elogiado por jornalistas especializados, fui até a concessionária dar uma olhada. E não é que o carro de test drive era justamente um Azul California, na versão Titanium automática?

O carro é surpreendentemente bom de chão, estável e veloz. São 130cv que, em conjunto com o câmbio de 6 marchas dão uma agilidade impressionante ao carrinho, deixando seu desempenho muito próximo do Focus 2.0 com câmbio automático de 4 marchas. Na hora percebi que havia achado um substituto digno para o Civic 2007. Quase (eu disse quase...) um pocket rocket.

E não é que o carro do test drive estava à venda? Perfeito, pensei. Finalmente um pouco de sorte! Na hora de falar com o gerente, a surpresa: já havia uma oferta no carrinho. Passei uma manhã inteira os convencendo de que deveriam vender outro carro ao tal cliente da oferta e, na hora do almoço, saí com meu reluzente Ford Fiesta Titanium, Azul California, com 7 meses de uso e pouco mais de 10.000Km rodados, pelo preço de um SE 1.6 manual 0Km.

Mudei de categoria, troquei um laureado sedan médio por um compacto (mesmo que premium, um compacto...) e estou me sentindo como se tivesse subido de categoria. Foi um passo para trás com gostinho de passo para a frente. E, como bônus, a diferença de preços me fez passar de um carro financiado para um carro quitado!

Nesses dias estou experimentando a mesma sensação que tive ao comprar o Honda Civic 2007, em meados de 2010, a sensação de ter comprado um carro acima da média, de ter valido cada centavo pago. Seu acabamento é esmerado, sem dúvida melhor que o do Civic, assim como os equipamentos de série. Mas o melhor de tudo é mesmo o prazer ao dirigir que ele proporciona, também em maior medida que o Civic, anestesiado pela reestilização de 2012.

E fica melhor ainda quando o dirijo num mar de carros prata e preto, dando um pouco de cor ao nosso cinzento trânsito.

O Fiesta é um sério candidato ao posto de meu segundo melhor carro, pois o primeiro, sem dúvida, é desse aí embaixo. Um dia ainda acho um desses em bom estado!

Um grande companheiro de viagem na época em que toda semana fazia o trajeto Niterói x Nova Friburgo - Foto: Autor 

Em tempo: já estou preparando uma postagem sobre o Fiesta, aguardem!

Um forte abraço e até a próxima,

Bruno Hoelz