quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Paixão à primeira volta.

Amigos,

Dizer que um carro é bom/ruim, ou melhor/pior, antes de tudo, é uma questão de repertório. Dificilmente alguém que passou a vida dirigindo sedãs alemães vai achar bom um popular nacional, embora os populares nacionais não possam ser considerados carros ruins.

Digo isso pois aconteceu um caso curioso comigo:

Meu sogro sempre foi fã da linha Ecosport, desde seu lançamento em 2003. Tanto que comprou um dos primeiros, para substituir uma Ford Ranger. Nem preciso dizer que o jipinho não conseguiu cumprir todas as tarefas da Ranger, mas isso pouco importou para meu sogro, que teve de substituir toda a embreagem lá pelos 35.000km e de novo tempos depois, mas manteve-se fiel. Para ele, o Ecosport era o melhor carro que se podia comprar.

Em 2011 ele quis comprar um novo carro e nos pareceu óbvio voltar à Ranger, ou alguma outra picape, considerando o tipo de uso que ele fazia do já judiado Ecosport. Porém, lá estava em exibição um Ecosport dos mais completos e ele adorou o face-lift que fora efetuado anos antes.

Saímos da Concessionária de Ecosport novamente...

Há algumas semanas porém, enquanto esperava o sinal abrir, meu sogro foi vítima de um distraído motorista que amassou a traseira do pobre Ecosport. Sem seguro, se viu obrigado a alugar um carro para continuar indo ao trabalho, enquanto seu jipinho ganhava um novo para choque e nova pintura.

Minha esposa e eu nos preparávamos para viajar na ocasião e nos pareceu adequado deixar nosso Honda Civic com ele, uma vez que não precisaríamos do carro (iríamos de avião). Assim, meu sogro economizaria com o aluguel e não deixaríamos o carro parado.

Após uma breve explanação sobre o uso do câmbio automático e outros comandos, meu sogro saiu dirigindo, com impressionante competência para quem nunca havia enfrentado aquele tipo de câmbio antes, o primeiro Honda que experimentara em sua vida.

Três semanas depois, voltando de viagem, a surpresa: meu Honda não seria devolvido. Meu sogro, já completamente apaixonado pelo pragmatismo nipônico apenas comunicou que o carro seria seu, sem negociação. Apenas pediu que eu lhe dissesse o valor que ele deveria pagar para que eu ficasse com o seu Ecosport. Nunca me passou pela cabeça vender o Civic com apenas um ano de uso,  mas não se deve ir contra paixões à primeira volta.

Agora, meu sogro apregoa a todos que o Honda Civic é o melhor carro que se pode comprar. E nada de falar ou lembrar do Ford Ecosport, sua paixão por quase uma década.

Ah, e hoje sou proprietário de um Ford Ecosport, ainda sem o para choque traseiro...

Um forte abraço e até a próxima!

Bruno Hoelz