sexta-feira, 4 de julho de 2014

Ford Fiesta Titanium Powershift: quando um passo para trás é um passo para trás mesmo!

Amigos,

Começo esta postagem me desculpando duplamente. Primeiro pela prolongada ausência, causada principalmente por compromissos profissionais, segundo por que blogueiros entusiastas por automóveis também se enganam... 

Na postagem de 23 de março de 2014 (CLIQUE AQUI PARA VÊ-LA) apregoei as vantagens de ter trocado um Honda Civic 2012 num Ford Fiesta 2014, planejando escrever sobre o pequeno Ford depois de alguns milhares de quilômetros, quando a convivência estivesse mais madura.

Mesmo assim teci algumas linhas elogiando o carrinho, que me despertou toda a expectativa de ser um carro para entusiastas.

Passada a lua de mel, a decepção foi semelhante a que tive com o Civic 2012. Laureado por jornalistas especializados, o pequeno Ford se mostrou mal fabricado, mal acabado e desconfortável.

Ok, justiça seja feita: o carrinho tem 130 cv, anda bem, retoma melhor ainda e seu câmbio automatizado de dupla embreagem funciona muito bem. Claro, se não fizesse um barulho semelhante a estar desmontando em pisos irregulares seria perfeito, culpa de não ser banhado a óleo, como nos VW Passat, por exemplo.

Logo no primeiro mês, voltei a concessionária com uma grande lista de reclamações para serem resolvidas: forro de teto, acabamento da coluna central e acabamento abaixo do porta luvas soltos; borrachas das portas traseiras rasgadas; vidro do motorista não subia completamente; barulho na suspensão dianteira e para barro dianteiro solto.

Acabamento da porta traseira (já reparado) "pegava" na coluna B antes da regulagem da porta - Foto: Autor
A concessionária até que resolveu tudo prontamente, embora os acabamentos de forro e coluna tenha ficado um tanto deformados, bem como as borracha guia do vidro da porta do motorista. O barulho da suspensão era, na verdade, a pastilha de freio solta. Quem pesquisa sobre o Fiesta sabe da frágil coluna de direção, a do meu carro havia sido trocada dias antes de sua aquisição.

Borracha guia acabou ficando deformada após vidro subir torto e forçá-la - Foto: Autor
 Passaram mais algumas semanas e a luz do air bag teimou em ficar acesa. Foram 4 dias para a concessionária descobrir a causa: falta de massa (aterramento) num chicote elétrico do painel. Falha na montagem do carrinho?

O pior foi quando, admirando o carro após uma limpeza, descobri o farol direito desalinhado e as borrachas das portas traseiras novamente rasgadas. Resolvi levar o pequeno Ford ao meu lanterneiro de confiança que me garantiu que o carro não foi batido, fora mal montado mesmo.

As peças da dianteira (faróis, para choques e capô) possuíam marcas de tentativas anteriores de alinhar uma coisa com a outra. As borrachas das portas traseiras rasgariam sempre, pois as portas estavam muito desreguladas, "raspando" na coluna B quanto abriam e fechavam.

Pena não ter feito fotos do serviço. Foi necessário retirar da carroceria as duas portas traseiras, para choque dianteiro e capô. Remontado, seu aspecto melhorou muito. Um terceiro par de borrachas foi instalado.

Mas, o pior mesmo, é comparar seu comportamento dinâmico com os Honda. Ele é até estável, mais do que um ou outro concorrente no segmento dos compactos, mas não tem comparação com meu antigo Civic 2007 ou mesmo com o decepcionante 2012. Seu rodar é duro, principalmente nessa versão com rodas 16 polegadas e pneus de perfil fino. Já deveria esperar isso, pois é, de fato, um carro de categoria inferior. Será que fui otimista demais?

Não sei se, a essa altura, é má vontade com o carrinho, mas toda vez que o dirijo tenho a sensação de que ele é leve, até frágil. O painel tem frestas mal acabadas e perdeu o revestimento emborrachado que existia dos Mexicanos (e que agora desconfio serem bem melhores...). 

Revestimento do painel duro e fácil de riscar - Foto: Autor
O motor vibra muito e tem funcionamento áspero, lembrando bastante o Peugeot 3008 que dirigi na Europa, (VEJA A POSTAGEM AQUI), lembrando que o 3008 era a diesel! A alavanca do câmbio é irritante, parece feita para alguém que nunca dirigiu um automático na vida. Não posso passar de D para N sem usar a trava, um pé no saco.

Dos equipamentos, não sentiria falta de quase nada (já que os Civic são bem menos equipados). Melhor seria se o carrinho tivesse cinto de três pontos e encosto de cabeça para o terceiro passageiro do (fino) banco traseiro, ao invés de comandos de voz e bluetooth para celular que, para mim, nunca serão mais importantes que um bom carro.

Desconfortável, o banco traseiro não tem apoio de cabeça ou cinto de três pontos para o terceiro passageiro - Foto: Autor
A solução? Perder mais alguns milhares de reais e começar, de novo, a procurar um Civic da 8ª geração (2006 a 2011). Quem mandou eu me desfazer do melhor companheiro de viagem que já tive?

Alguém se interessa em comprar um Ford Fiesta, já com os defeitos de fábrica corrigidos?

Um forte abraço e até a próxima postagem,

Bruno Hoelz