domingo, 29 de março de 2015

Honda Fit EXL 2015 - Impressões

Amigos,

Conforme prometido na última postagem, onde fizemos um comparativo de mercado na faixa de preço do recém remodelado monovolume da Honda (LEIA AQUI), o Blog GOSTAR DE CARROS avaliou o novo Honda Fit 2015 em nossa seção IMPRESSÕES.

VERSÕES, EQUIPAMENTOS E PREÇOS

Todos os preços citados são os de tabela, referentes à março de 2015, incluindo frete para o Rio de Janeiro, excluindo pintura metálica ou perolizada.

Todas as versões do Fit contam com o propulsor Honda 1.5 litros SOHC i-VETEC, em alumínio, com comando de válvulas variável e sistema Flex One, que dispensa o tanquinho de gasolina para auxiliar partidas a frio. O motor rende 115cv a 6.000rpm e tem torque máximo de 15,3kgf.m a 4.800rpm.

Sistema Flex One abandonou tanquinho de partida a frio - Foto do Autor
O Honda Fit parte de R$ 49.900,00 na versão DX com câmbio manual e conta com ar condicionado, direção assistida, vidros e travas elétricas e só. Claro, ABS e air bag duplo são obrigatórios. Existe a opção de câmbio CVT, que acrescenta R$ 4.600,00 ao valor inicial.

Por R$ 54.200,00, a versão LX com câmbio manual "empata" com a DX CVT e acrescenta aos equipamentos: rodas de liga leve, retrovisores elétricos, sistema de som com bluetooth, alarme, iluminação central da cabine e do porta malas (sim, a versão DX só conta com uma pequena iluminação entre os para sóis) e o aclamado sistema de bancos rebatíveis. Reparem que a versão mais simples não conta com a conveniência dos bancos rebatíveis em várias posições, uma das marcas registradas do Fit desde sua primeira geração. A versão LX também tem a opção do câmbio CVT, acrescendo os mesmos R$ 4.600,00.

Contando apenas com a opção de câmbio CVT, a versão EX custa R$ 63.900,00 e oferece, além dos itens da LX, rodas de liga leve idênticas as da versão EXL, grade frontal black piano, chave canivete, sistema de som com visor LCD de 5 polegadas e câmera de ré.

Grade black piano + faróis de neblina: versões EX e EXL - Foto do Autor
Também oferecida apenas com câmbio CVT, a versão EXL custa R$ 67.400,00 e acrescenta aos equipamentos da versão EX, para brisa degradê, repetidores de pisca nos retrovisores, computador de bordo, piloto automático, bancos e volante revestidos em couro e air bags laterais.

Rodas com acabamento polido: também das versões EX e EXL - Foto do Autor
Considerando preços e equipamentos oferecidos, as versões LX e EXL são as que apresentam o melhor custo-benefício, sendo a DX espartana demais e a EX muito próxima em preço, mas não em equipamentos importantes, da EXL. A diferença de R$ 3.500,00 tende a ser facilmente diluída num financiamento.

Resumindo:

DX manual R$ 49.900,00
DX CVT R$ 54.500,00
LX manual R$ 54.200,00
LX CVT R$ 58.800,00
EX CVT R$ 63.900,00
EXL CVT R$ 67.400,00

EXTERIOR

Como já citado na postagem anterior, o Fit é uma minivan que, a cada geração, se disfarça melhor de hatchback, ficando cada vez mais esportivo. Assim, atrai cada vez mais compradores de hatchs, compactos ou médios seduzidos pela excelente fama do pós venda da Honda.

De cima é mais fácil perceber o DNA de monovolume, disfarçado pelo desenho esportivo - Foto do Autor
A atual geração deixa de lado definitivamente as formas arredondadas e amigáveis e apresenta uma carroceria com vincos agressivos. Talvez uma tentativa de se livrar da aparência de carro da mamãe. 

O desenho é bastante feliz, com exceção da traseira, que exagera no tamanho das falsas saídas de ar nas extremidades do para choque, dando um ar de tunning caseiro. O detalhe, somado ao para choque curto demais fazem da traseira o pior ângulo do novo Fit. Uma pena, pois o conjunto ótico é bastante atraente.

Para choque não o protege de pequenas batidas, reparem um pequeno amassado embaixo da placa - Foto do Autor
A única diferença das versões mais simples para a topo de linha são os repetidores de seta nos retrovisores. As versões EX e EXL compartilham rodas de liga leve, faróis de neblina e acabamento black piano na grade frontal.

INTERIOR

O interior da versão EXL remete a carros de categoria superior. A forração em couro nos bancos, volante e painéis das portas aparentam excelente qualidade. O ar condicionado, que não é automático e conta com os arcaicos botões giratórios contrasta com o console central black piano e somado a ausência de trocas sequenciais (como as 7 posições virtuais do câmbio CVT do irmão City), de uma central multimídia e de um simples marcador de temperatura externa são ausências sentidas.

Interior de carro de categoria superior...
...contrastando com os comandos do ar condicionado - Fotos do Autor
O espaço continua sendo a principal atração do Fit. Seu banco traseiro carrega três adultos com total conforto, todos com cintos de três pontos retráteis e apoios de cabeça. O pé direito alto permitiria ter como passageiro alguém usando uma cartola.

Espaço de sobra para 5 passageiros - Foto do Autor
A modularidade dos bancos é um show a parte e permite ao dono do Fit carregar vasos de planta, pranchas de surf e até fazer sua própria mudança.

IMPRESSÕES

Confesso que sentei ao volante do Fit com certo preconceito. Lembro que não gostei quando experimentei um 2004, da primeira geração, com câmbio CVT. Fiquei com a impressão de que o giro subia mais que o ganho de velocidade, sensação parecida com a de pilotar uma dessas scooters sem marcha, ou uma mobilete para os maiores de 30 anos.

Tenho que admitir que o câmbio CVT evolui muito. O carrinho ganha velocidade com galhardia e a sensação de câmbio patinando praticamente desapareceu. Pé embaixo, ladeira acima e o CVT se comporta quase como o câmbio automático convencional. Eu disse quase.

Câmbio CVT com funções  sport (que mantêm o giro mais alto) e low ("marcha reduzida" para freio motor) - Foto do Autor
Aqui fazem falta as tais posições virtuais que a Honda oferece no City, com trocas por meio de aletas no volante. Porém, acredito que 99% dos proprietários se darão por satisfeitos, pois o câmbio é eficiente e perfeitamente compatível com a proposta do carro. Ninguém compra um Fit pensando em esportividade, certo? Embora seu novo desenho remeta um pouco a isso.

Acelerações e retomadas são boas, até surpreendentes para a proposta do carro, o que leva a crer que seu comportamento será bom, mesmo carregado

A posição de dirigir é muito boa, na metade da "altura" entre um sedan e um SUV. A coluna de direção é regulável em altura e profundidade e o banco também conta com regulagem de altura. Impossível não encontrar a posição ideal, mesmo para motoristas das mais diversas estaturas. Não encontrei pontos cegos que incomodassem no trânsito urbano e a câmera de ré é muito eficiente, com três modos de visualização.

Excelente ergonomia. Detalhe do porta copos que aproveita as saídas do ar condicionado - Foto do Autor
CUSTO BENEFÍCIO

Os modelos, "na medida" do novo Honda Fit, na minha opinião, são os LX com ou sem câmbio CVT ou o topo de linha EXL. Como adiantei no início da postagem, as versões DX e EX acabam não valendo muito a pena, seja pela falta de equipamentos básicos para a categoria, seja pela proximidade de preço com a versão topo de linha. Só os air bags laterais já compensam os R$ 3.500,00 que separam a versão EX da EXL.

A compra do Honda Fit frente a outras opções de mesma faixa de preço, conforme já esmiuçado na postagem anterior, vai depender muito mais do perfil do cliente do que da qualidade do monovolume nipônico, pois fora a ausência de um ou outro equipamento, é um excelente carro em qualquer das versões e, num mar de falta de respeito ao consumidor, o sobrenome Honda ainda é sinônimo de tranquilidade para seus proprietários.

Um grande abraço e até a próxima,

Bruno Hoelz