sábado, 23 de novembro de 2013

Como alugar um carro na Europa

Amigos,

Conforme prometido na última postagem, em que falo sobre as impressões do Peugeot 3008 Allure 1.6 HDi (leia aqui), apresentarei minha experiência pessoal no aluguel e condução de um carro em Portugal e Espanha, dando algumas dicas:

As locadoras geralmente são encontradas logo após o portão de desembarque - Foto: google imagens
RESERVANDO COM ANTECEDÊNCIA:

É importante reservar o aluguel com antecedência. Não recomendo chegar ao país que deseja visitar de carro sem reserva: pode não haver carro nenhum para alugar, ou apenas carros mais caros e o preço será consideravelmente mais alto.

Todas as grandes locadoras que atuam na Europa permitem, em seus sites, a simulação de preço para a locação, inclusive com preços dos acessórios, como GPS ou motoristas adicionais. No meu caso, o melhor custo-benefício foi na EUROPCAR, mas todas as grandes redes atuam na maioria dos países.

EUROPCAR: www.europcar.pt

 HERTZ: www.hertz.pt

ALAMO www.alamo.pt  (a "nossa" UNIDAS)

NATIONAL pt.nationalcar.com (a "nossa" LOCALIZA)

Os links estão direcionados para os sites Portugueses, que permitem a reserva em qualquer cidade Européia. Será necessário um cartão de crédito internacional e, na maioria delas,  ser maior de 21 anos.

Observe que, como no Brasil, sempre será reservado a categoria, e não o carro específico. Eu, por exemplo, reservei um Ford Focus SW "ou similar". No destino, poderia receber qualquer perua do porte do Focus.

CHEGANDO AO BALCÃO DA LOCADORA SEM PRESSA:

Dependendo do número de voos chegando, haverá um grande fluxo de pessoas se dirigindo ao balcão da locadora. Muitas vezes saem todos os carros mais baratos e os últimos da fila, se tiverem reservado esses carros, acabam ganhando um upgrade. Foi o que aconteceu comigo no aeroporto de Lisboa. Havia reservado um Ford Focus SW e era o último da fila. O casal da frente levou um Skoda Fabia SW (o "similar" ao Focus) e eu ganhei o upgrade para o Peugeot 3008.

VALE A PENA PAGAR POR EQUIPAMENTOS EXTRAS?

O pedágio cobrado manualmente é raro em Portugal e Espanha. Geralmente reservam apenas duas ou três cabines com atendentes e as outras pistas exigem um daqueles dispositivos do tipo "sem parar" ou "via fácil". Em algumas estradas, só existe a passagem com o dispositivo eletrônico (fique atento às placas indicativas dessa modalidade, sob pena de ser multado). O preço do aluguel do dispositivo acaba valendo a pena pela segurança e comodidade. Na EUROPCAR custa pouco mais de 5,00 euros/dia.

O valor dos pedágios, assim como eventuais multas, é cobrado do cartão de crédito internacional em até 90 dias.

O GPS é outro dispositivo cujo aluguel na própria locadora acaba compensando. No meu caso, o valor cobrado por 11 dias foi inferior ao valor que eu gastaria para baixar os mapas no meu GPS. O equipamento é constantemente atualizado pela locadora e garantirá uma viagem mais segura. Na EUROPCAR custa pouco mais de 20,00 euros/dia.

Apesar disso, é recomendável a manutenção de um mapa impresso, que pode ser adquirido em postos de gasolina, uma vez que observei o sinal falhando algumas vezes em estradinhas rurais

PID - PERMISSÃO INTERNACIONAL PARA DIRIGIR:

As locadoras Portuguesas não exigem a PID no momento do levantamento do veículo, apenas passaporte e a Carteira Nacional de Habilitação Brasileira. Numa eventual abordagem policial, a CNH Brasileira também é válida em Portugal. Na Espanha, embora a regra seja a mesma, existem relatos de viajantes que tiveram problemas com policiais rodoviários por estarem apenas com a CNH Brasileira. Na dúvida, eu fiz minha PID, mas não precisei mostrá-la a ninguém.

CONFERINDO COMBUSTÍVEL E ESTADO DO CARRO:

Assim como no Brasil, é importante conferir se o tanque está cheio e se as eventuais avarias estão anotados no mapa próprio (que possui um desenho dos quatro lados e teto do carro). No 3008, havia riscos no para choque que não estavam anotados e tive de solicitar ao funcionário que me entegava o carro que o fizesse.

Lembre-se de entregar o carro com o tanque cheio na volta e de que poderá ser cobrada taxa de lavagem, caso o carro esteja muito sujo. Entreguei o 3008 um pouco empoeirado e com um pequeno novo arranhado no espelho retrovisor, mas não houve problema.

DEVOLVENDO NA MESMA ESTAÇÃO DE LEVANTAMENTO:

Devolver o carro em uma estação da locadora diferente do levantamento geralmente implica num custo alto com taxas extras. Como as companhias aéreas funcionam da mesma forma, é interessante programar chegada e saída por uma mesma cidade, levantando e devolvendo o carro também na mesma cidade. Na dúvida, simule outras condições no site da locadora.

DIRIGINDO NA EUROPA:

Portugal, Espanha e a maioria dos países Europeus tem regras semelhantes às Brasileiras. Apenas o Reino Unido apresentará maiores dificuldades devido a direção no lado direito. Na próxima postagem falaremos sobre como se comportar nas cidades e estradas Européias e sobre os serviços self-service de abastecimento.

Um forte abraço e até a próxima,

Bruno Hoelz

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Dirigindo na Europa - Peugeot 3008 Allure 1.6 HDi

Amigos,

Como contei na postagem sobre o Nissan Livina (veja aqui), fiz uma pequena viagem pela Europa em setembro. Rodamos cerca de 2.400 quilômetros e tivemos, como companheiro de viagem, um Peugeot 3008 Allure 1.6 HDi, que foi uma boa surpresa sob vários aspectos.

O "meu" 3008 na praia de Nazaré, em Portugal - Foto: Autor
A primeira (boa) surpresa: o SUV da Peugeot não foi o carro que alugamos. Pensando em acomodar a bagagem de duas mocinhas, reservei, no site da EUROPCAR (uma das maiores locadoras por lá), um Ford Focus SW, modelo que para eles corresponde a station wagon, ou como eles chamam "carrinha", mais em conta.

Como não havia a perua da Ford para entrega imediata no aeroporto de Lisboa, ganhamos um upgrade para a categoria  "utilitário esportivo" e um pedido de desculpa do atendente, que explicou que muitos clientes preferem as peruas por conta da melhor estabilidade e melhor acesso para passageiros idosos.

Nas locadoras do velho continente, faltam peruas e sobram jipinhos como o "meu". Aqui os Europeus mostram um gosto bem diferente dos Brasileiros, que aos poucos vão matando suas belas peruas.

Lá, como aqui, a cor branca está na moda - Foto: Autor
No início fiquei frustrado. Perderia a oportunidade de dirigir a nova geração do Focus, ainda mais na versão perua, inexistente por aqui. Mas o Peugeot se revelaria uma experiência ainda mais exclusiva: versão topo de linha (coisa rara em carros para locação), motor diesel e câmbio manual, inexistentes no modelo à venda no Brasil.

Mas, e como se comportou o jipinho da Peugeot?

Nossa primeira preocupação, a bagagem, não foi um problema. Seu porta malas se mostro maior que o do Nissan Livina, que foi nosso transporte para o aeroporto ainda no Brasil. O para choques traseiro bascula e cria uma plataforma que ajuda muito o carregar/descarregar da bagagem. Existe ainda um fundo falso que pode nivelar o piso do porta malas com a plataforma criada pelo para choques, ou ser rebatido para aumentar a capacidade de carga. Cabem exatos 512 litros, segundo o site da Peugeot Brasil.

Carregado e pronto para a viagem - Foto: Autor
Já dentro do carro a constatação do excelente acabamento, comum aos carros franceses, que faz meu antigo Honda Civic LXS 2012 parecer um carro popular. Apenas a alavanca do câmbio me pareceu um pouco alta no grande console central o que, de fato, exigiu certa adaptação para dirigir, mas que depois se revelou confortável.

O único senão na ergonomia é o porta copos, logo atrás do câmbio, incompatível com o engate da 2ª e 6ª marchas, o que se mostrou desconfortável, já que foi muito utilizado no seco verão ibérico.

Sexta marcha "brigando com a água mineral - Foto: Autor
O interessante painel translúcido que reflete um velocímetro digital no para brisas fez eu me sentir em casa, acostumado com o grande velocímetro digital presente dos meus dois últimos Hondas. O restante dos instrumentos é de fácil leitura e todos os comandos estão à mão. Apenas as chaves do tipo "painel de avião" logo acima do rádio são um pouco confusas e exigiram consulta ao manual para saber o que cada uma fazia.

O GPS com tela rebatível no centro do painel acabou relegado a função de mostrar a estação de rádio sintonizada, uma vez que a EUROPCAR só atualiza os mapas do GPS portátil, que ficou pendurado no para brisas e ligado à tomada 12V numa feia "gambiarra".

Na estrada o funcionamento do motor diesel 1.6 litros de 115cv surpreende pela maciez e pelo torque em baixa rotação. Acostumado com a aspereza das picapes à diesel no Brasil, por vezes me esquecia que estava dirigindo um carro abastecido com este combustível.

Mesmo com motor aspirado, as retomadas são boas e não é necessário ficar trocando de marcha a toda hora. O câmbio, de 6 marchas com engates curtos e precisos, se comporta como um 5+E e a única diferença para um motor a gasolina é a faixa de giro máximo antes dos 5.000RPM.

Na maioria das vezes, boas e desertas estradas - Foto: Autor
Nas planas, retas e duplicadas estradas Ibéricas, pode-se dirigir por horas com a sexta marcha engatada e abaixo das 2.000RPMs. O computador de bordo, nessa situação, marcava consumo entre 16 e 17 km/l. Apetitoso, não?

Nas estreitas ruas das pequenas cidades medievais portuguesas e espanholas, a macia direção elétrica, o pequeno raio de giro e a excelente visibilidade auxiliavam na hora de manobrar e sair dos pequenos apuros que os viajantes, por vezes perdidos, se metiam.

Dez dias e 2.400 quilômetros depois, novamente em Lisboa, com pena de devolver nosso excelente companheiro de viagem, convenci as meninas a uma última esticada e ficamos mais um dia com o "nosso" 3008, conhecendo os arredores da capital Portuguesa.

Ficou curioso para saber sobre como fazer para alugar um carro na Europa, como dirigir por lá, os documentos necessários, custos, etc.? Não perca a postagem da próxima semana onde falarei sobre tudo isso.

Um forte abraço e até a próxima!

Bruno Hoelz

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Nissan Livina 1.6 2013 - Impressões

Amigos,

Em setembro fiz uma pequena viagem pela Europa e, como todo autoentusiasta que se preza, aluguei um carro no velho continente. Mas esta história ficará para a próxima postagem.

Antes, tive a oportunidade de dirigir o Nissan Livina por pouco mais de uma centena de quilômetros. Os valores cobrados no estacionamento do aeroporto eram tão altos que ficou mais em conta alugar um carro em minha cidade e devolver no aeroporto.

Reservei um carro, na categoria station wagon, já preparado para dirigir uma das VW Parati que avistei no pátio da locadora dias antes. No dia da retirada uma surpresa: a frota fora renovada e a velha perua da Volks dera lugar ao Nissan Livina.

Perua ou minivan? - Foto: Autor
O gerente da locadora disse que o Nissan Livina custa o mesmo que um Fiat Palio Weekend, com a vantagem de ter mais espaço e, digamos, mais status. O cliente fica com a impressão de que está levando mais por menos e a locadora tem o mesmo custo de aquisição.

Será que o que vale para o mercado de locação vale também para o consumidor final? Que impressões passa a perua/minivan da Nissan?

EXTERIOR:

O desenho é tão empolgante quanto o de um furgão de entregas. Peruas como a finada Renault Megane Grand Tour provam que é possível aliar beleza e funcionalidade. Nesta versão (ainda existe o Gran Livina, de carroceria alongada e 7 lugares), o Nissan parece um misto de perua e minivan.

A frente da versão mais simples parece estranha, pois mantém a grade cromada da versão mais luxuosa, mas depena os faróis de neblina. Ficaria mais harmoniosa com uma grade preta ou na cor da carroceria.

Traseira "bem comportada" - Foto: Autor
As laterais e a traseira são mais harmoniosas, no estilo "bem comportado", sem lanternas na coluna ou vincos agressivos. Esta versão, mais simples, traz rodas de ferro, com calotas, e é calçada por pneus 185/70/14. Na prática é um carro discreto, com exceção da grade frontal cromada.

INTERIOR:

O interior é simples e funcional. O painel, de fácil leitura e boa ergonomia, parece antigo frente aos painéis da Ford ou da Hyundai, mas combina com a proposta racional do Livina.

Tudo simples e funcional - Foto: Autor
Mesmo esta versão mais simples já conta com air bag duplo, freios ABS, direção hidráulica, ar condicionado e vidros, travas e retrovisores elétricos. Fez falta apenas um controle remoto para destravar as portas. Também fez falta o marcador de temperatura do motor, suprimido na maioria dos carros asiáticos.

Painel de fácil leitura, porém sem marcador de temperatura - Foto: Autor

IMPRESSÕES:

Nos cerca de 100 quilômetros percorridos, o Nissan surpreendeu pela boa estabilidade para uma minivan, embora o motor 1.6 de 108cv tenha sofrido para embalar o Livina carregado com três pessoas mais a bagagem de duas mocinhas.

Para manter um bom ritmo na estrada era necessário andar acima das 3.500 RPMs. A posição de dirigir correta, somado ao câmbio preciso e a embreagem assistida colaboraram para que a viagem não fosse tão cansativa. O motor 1.8 das versões superiores deve casar melhor com a situação de carro cheio.

Porta malas pronto para a viagem - Foto: Autor

CUSTO BENEFÍCIO:

O Nissan Livina zero quilômetro parte, com os equipamentos descritos acima, de R$ 43.190,00. A versão 1.8, oferecida somente com câmbio automático, parte de 48.190,00. Um Fiat Palio Weekend Attractive 1.4 parte de R$ 43.010,00 (todos valores de tabela).

Pelo mesmo preço de uma perua derivada de um carro pequeno, pois um Palio Weekend vai ter o mesmo espaço interno de um Palio, apenas com um porta malas maior, o Nissan Livina é mais carro, afinal, quem compra um carro destes quer, acima de tudo, espaço. O gerente da locadora tinha razão.

Pensa em comprar um Livina? Gaste um pouco mais e fique com a versão 1.8 automática, com câmbio e motor mais adequados à proposta do Nissan.

Um forte abraço e até a próxima!

Bruno Hoelz