domingo, 11 de agosto de 2013

Fiat Mille Economy 2013 - Impressões

Amigos,

Conforme contei na postagem de 4 de julho, sobre a revisão de 20.000km do Honda Civic 2012 (VEJA AQUI), solicitei o reparo do acabamento superior do painel, bem em cima da tampa do air bag do passageiro. O reparo ficou bom, como contarei na próxima postagem, pois ainda preciso fazer boas fotos para mostrar o antes e o depois, mas o assunto hoje é o Fiat Mille Economy 2013.

A cor prata é quase padrão entre as locadoras, pensando na facilidade de revenda - Foto: Autor
O pequeno veterano da Fiat veio ao meu encontro como carro alugado, enquanto ocorria o reparo no painel do Civic. Na verdade foi um reencontro, pois meu primeiro carro - registrado em meu nome e não apropriado da garagem de casa - foi um Mille Fire 2003, comprado zero quilômetro.

Quando se conhece um carro intimamente é como andar de bicicleta. Mesmo quase uma década depois me senti à vontade, pois posição de bancos, painel e volante - apontado para cima desde que foi adotada a coluna de direção da linha Palio, em 2001 - é a mesma.

A (única) surpresa foi encontrar um painel bonito e completo que, mesmo sem contar com contagiros, dá uma ótima impressão. Em meu antigo Mille 2003 havia um painel depenado de tudo com um icônico sujeitinho com o cinto afivelado desenhado no lugar do termômetro de água.

Painel quase completo, com econômetro e hodômetro parcial - Foto: Autor
Bem, e quais impressões passa o decano Mille?

EXTERIOR:

O inconfundível desenho, projetado por Giorgetto Giurgiaro no início dos anos 1980, permanece com leves alterações. Faróis, lanternas e posição da placa traseira mudaram com o passar dos anos. A (interessante, diga-se) versão pseudo aventureira WAY ainda possui maior altura em relação ao solo, molduras de plástico nas caixas de roda e adesivos.

A mesma carroceria há mais de 30 anos! - Foto: Autor
Quando lançado, muita gente torceu o nariz para seu desenho, considerado controverso, moderno demais. Atravessou incólume modismos quadrado/redondo/quadrado e se firmou na lista daqueles produtos industriais cujo desenho se tornou atemporal, resistindo a quatro, cinco gerações de seus concorrentes.

Objeto de desejo? Não acredito. Os atributos do Mille hoje são outros: preço e economia.

INTERIOR:

Aqui, uma viagem aos anos 1980/90. Projetado numa época pré air bag, o painel conta com uma grande prateleira funda em quase toda a sua extensão. O esmero em sua fabricação, porém, diminuiu com o passar do tempo: em alguns vãos entre as peças plásticas dá para colocar o dedo!

Plásticos mal encaixados no painel - Foto: Autor
O interior é arejado, com boa visibilidade, ajudada pela terceira janela lateral. O som - na verdade o buraco que a locadora preencheu com um MP3 player fabricado na China - parece baixo demais quando comparado com projetos mais modernos.

Não encontramos os comandos do ar condicionado, nem mesmo desembaçador traseiro ou vidros elétricos. É um carro básico. A recente investida da indústria automobilística em modelos de entrada mais equipados,  pressionada pelos Coreanos e Japoneses quase nos faz esquecer que ainda existem modelos zero quilômetro à venda sem direção assistida ou ar condicionado. Tal despojamento ficou relegado aos modelos mais antigos de cada marca: Fiat Mille, VW Gol G4 e GM Celta.

IMPRESSÕES:

A primeira impressão ao manobrar o pequeno Fiat no pátio da locadora é a direção, mais pesada que o esperado. Porém, a direção do Mille é das mais leves entre os carros básicos. Experimente manobrar um VW Gol G5 sem direção assistida (sim, eles ainda existem!).

Já na estrada o Mille ganha velocidade com galhardia, nem parece um carro "mil". O câmbio é mais longo do que se imaginaria em um carro com essa cilindrada, principalmente a quinta marcha, alongada em relação à original desde que ganhou a denominação "economy".

Os 66cv e os 9,2 kgf.m já às 2.500 RPM (quando abastecido com álcool), somados ao baixo peso de 820 kg garantem alguma diversão ao volante, só arrefecida pelas modificações implementadas na suspensão que assim como a quinta marcha mais longa deixaram o carro mais "economy", porém com  menos apetite para curvas. No quesito comportamento na estrada, meu antigo Mille 2003, apesar de menos potente, era mais estável.

CUSTO BENEFÍCIO:

Completo, o Mille bate na casa dos R$ 30.000,00, competindo com modelos mais modernos. Porém, essa não é a praia do pequeno veterano. Básico, chega a ser negociado por R$ 20.000,00, o que, na prática, o torna o carro mais barato do Brasil.

Ao contrário de outros modelos, o Mille não parece um modelo completo que foi depenado. Ele já nasceu simples (como Uno), foi projetado sem direção assistida ou outros mimos que fazem menos falta nele do que em seus concorrentes.

Por R$ 20.000,00, se precisasse de um segundo carro, não hesitaria em escolher um Mille. Se você concorda, corra! A produção - e vendas - termina ainda este ano, pois a Fiat já anunciou que não equipará o modelo com air bags frontais e freios ABS, como a legislação exige a partir de 2014.

Um forte abraço e até a próxima!

Bruno Hoelz