quarta-feira, 17 de abril de 2013

Uma boa revisão, parte II CÂMBIO, EMBREAGEM, SUSPENSÃO, FREIOS, RODÍZIO DE PNEUS

Amigos,

Na última postagem (veja aqui) falamos sobre o que verificar no motor, onde a substituição de peças preventivamente, independente de seu estado, ocorre com mais frequência.

Na parte de suspensão e freios, a maioria das peças que não duram toda a vida útil do carro devem ser trocadas apenas após a verificação de seu estado. É praticamente impossível determinar quanto vai durar um componente de freio ou de suspensão pois a maneira como o carro é conduzido, somada ao tipo de pavimento que ele enfrenta pode abreviar, e muito, a vida útil desses componentes.

O reaperto é importante para que nada saia "voando" - Foto: Google imagens
 O que verificar então?

CÂMBIO:

A maioria dos carros com câmbio manual não exige a troca do fluido de transmissão. A informação constará no manual do proprietário, que deverá ser sempre consultado. Carros com câmbio automático costumam exigir a substituição preventiva do fluido. Assim, verifique a quilometragem recomendada no seu manual, atentando para as recomendações sobre uso severo, que podem abreviar a substituição do fluido tal qual o óleo do motor.

Utilize apenas o óleo na especificação recomendada. Diferentes fabricantes especificam óleos (bem) diferentes.

EMBREAGEM:

O conjunto de embreagem é um dos itens cuja vida útil depende muito das condições que o carro enfrenta. Numa revisão em que não existam problemas de funcionamento percebidos no sistema, será verificado apenas o curso do pedal. Fique atento ao sintoma de pedal duro, que pode significar que está na hora de trocar o cabo ou mesmo o chamado "kit de embreagem", que inclui disco e platô.

Duas dicas: verifique o fluido, no caso das embreagens hidráulicas, que na maioria dos carros é o mesmo fluido de freio. Em alguns Fiat e Alfa Romeos, existe um sistema hidráulico à parte. Verifique ainda o trajeto do cabo, pois podem haver rachaduras em seu conduíte, o que pode ocasionar a perda de sua lubrificação com o consequente mau funcionamento.

SUSPENSÃO:

Aqui o bom mecânico, durante a verificação dos componentes, vai efetuando o chamado "reaperto de suspensão e carroceria". A suspensão tem diversos pontos de ancoragem presos por parafusos, que vão perdendo seu torque. Deverão ser substituídas quaisquer proteções, coifas ou guarda-pós rasgados ou quebrados, pois muitos componentes trabalham lubrificados e a entrada de sujeira compromete eu funcionamento.

Molas, amortecedores e terminais devem ser testados e substituídos apenas se necessário. Os próprios fabricantes desses componentes determinam os testes adequados.

Alguns fabricantes oferecem ainda terminais à parte de determinadas peças. Por exemplo, a peça conhecida como "balança" muitas vezes é condenada apenas por que a bucha de borracha de seu terminal rasgou. Neste caso, basta instalar uma nova bucha, de boa qualidade, economizando alguns trocados sem comprometer a segurança.

Em meados dos anos 80, certo fabricante de componentes automotivos alardeou na imprensa a "lenda" de que amortecedores deveriam ser trocados a cada 40.000km. Não acredite! O amortecedor é um componente cuja vida útil depende do tipo de uso e não da quilometragem. O próprio fabricante e seu simpático mascote canino não recomendam mais essa prática.

Substitua os componentes sempre aos pares, dos dois lados, mesmo que apenas um dos lados apresente problemas.

FREIOS:

Aqui uma exceção já comentada na postagem sobre revisão do motor: o fluido de freio deve ser substituído sempre por tempo. Consulte o manual do proprietário.

Ao escolher o fluido, se utilize da mesma regra para escolher o óleo de motor: use o recomendado para o seu carro. De nada adianta usar um DOT 5 se seu sistema foi projetado para o DOT 3. Ao contrário, o DOT 5 é sintético e sua viscosidade pode até causar mau funcionamento.

Na dianteira, verifique discos e pastilhas quanto à espessura. O disco só poderá receber retífica para corrigir imperfeições na superfície. De nada adianta o disco estar próximo da espessura mínima antes da retífica se depois dela ficar muito fino. Os mangotes (ou flexíveis) devem ser verificados quanto a vazamentos e substituídos também se estiverem ressecados.

Na traseira, se seu carro possuir freios à disco, valem as mesmas recomedações acima. Atente apenas para a regulagem do freio de mão, pois nos carros com discos na traseira, a alavanca do freio de mão vai ganhando curso à medida que as pastilhas se desgastam. Assim, só regule o curso da alavanca após substituir as pastilhas traseiras.

Nos carros que possuem freios à tambor na traseira, verifique a espessura das lonas, o estado geral dos cilindros (ou "burrinhos" de freio), que não podem apresentar vazamentos ou travamentos e o estado do tambor, que deve ter sua circunferência perfeita. Mangotes também devem ser verificados.

Cuidado na hora de escolher a oficina para verificar os freios de seu importado. Alguns modelos da VW, como o Passat, necessitam de um scanner conectado ao módulo de injeção para destravar as pinças de freio.

Substitua os componentes sempre aos pares, dos dois lados, mesmo que apenas um dos lados apresente problemas.

RODÍZIO DE PNEUS:

Uma boa prática, que pode garantir que seus pneus durem mais alguns quilômetros. O rodízio não poderá ser efetuado em carros que utilizem medidas diferentes nos eixos dianteiro e traseiro.

A maioria dos fabricantes recomenda que o rodízio seja efetuado a cada 10.000km. para pneus radiais, basta trocar dianteiro esquerdo pelo traseiro esquero e vice versa. Alguns motoristas gostam de colocar o pneu sobressalente no rodízio, para que este fique sempre operacional. Tal medida é possível apenas nos modelos em que o conjunto roda/pneu do estepe é idêntico aos demais.

A cada rodízio, o balanceamento das rodas e a verificação do alinhamento (cáster, cambagem e convergência) são necessários para garantir um carro bem equilibrado e a maior durabilidade dos pneus.

Atente para veículos mais antigos que utilizem pneus diagonais, pois o rodízio deverá ser efetuado trocando o lado do carro (pneu dianteiro direito com traseiro esquerdo e vice versa). Verifique ainda se o modelo de pneu que equipa seu carro tem lados interno/externo e/ou sentido de rodagem. Nestes casos, o rodízio deverá ser feito de acordo com o fabricante do pneu e não com o manual do proprietário do veículo.

Um forte abraço e até a próxima!

Bruno Hoelz.

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